domingo, 31 de agosto de 2014

AS TRÊS CRUZES

Lucas 23:32-33
Estamos diante de uma cena de indescritível tristeza e horror.

Do lado de fora de Jerusalém, numa pequena colina chamada Calvário, três cruzes; e nelas três homens, diante de uma verdadeira multidão possuída de uma fúria selvagem e fanática, ali estava Ele sofrendo toda a humilhação e toda a dor que este tipo de morte era capaz de proporcionar.

E era justamente por causa de seus efeitos sobre o corpo e a reputação do indivíduo que a crucificação representava a mais dolorosa a mais cruel e humilhante forma de execução que havia.

1) AS ORIGENS DA CRUCIFIXÃO

1.1 As origens da crucifixão são um tanto desconhecidas, mas ela acabou por ser adoptada por todos os povos antigos, sobretudo pelos romanos, costumavam empregar este método para executar escravos, rebeldes prisioneiros de guerra, e os piores tipos de criminosos, e embora não exista muitas informações históricas sobre o método da crucifixão em si, o que sabemos já é suficiente para provocar em nós a mais completa repulsa, diante de castigo tão bárbaro, depois de pronunciada a sentença, o primeiro passo era submeter o condenado a um açoite tão violento que muitos não resistiam e ali mesmo morriam amarrados ao posto do suplício, enquanto o seu corpo era dilacerado pelos impiedosos golpes que recebiam. Na maioria das vezes porém, era apenas o início do sofrimento.

1.2 O passo seguinte era colocar a pesada cruz de madeira sobre os ombros já feridos e ensanguentados do condenado e fazer com que ele carregasse até ao local da sua execução que ficava do lado de fora da cidade.

1.3 Ao chegar a este lugar, era completamente despidos e deitados sobre a cruz para que as mãos e pés pudessem ser pregados. A descoberta recente dos ossos de um homem crucificado no mesmo período de Jesus levanta a possibilidade que talvez as pernas fossem juntas e torcidas e então fixadas à cruz por meio de um único prego que atravessava os dois calcanhares. Sabe-se também que os homens eram crucificados de costas para a cruz, olhando para os espectadores, enquanto as mulheres o eram com o rosto voltado para a cruz. A cruz era então levantada e deixada cair com força num buraco no solo o que fazia com que as carnes feridas rasgassem com o balanço do corpo. Para que o corpo não caísse porém, um pequeno pedaço de madeira fixado no meio da cruz, servia de assento para a vítima, que ali era deixada a morrer de fome de dor, e de exaustão.

1.4 Este método tornava a morte bastante prolongada, raramente ocorrendo antes das trinta e seis horas, há registo de indivíduos que levaram até 08 ou 09 dias para morrer.

1.5 A dor logicamente era muito intensa, visto que o todo o corpo ficava sujeito a tensões, enquanto as mãos e os pés que são uma massa de nervos perdiam pouco sangue. Depois de algum tempo, as artérias do estômago e da cabeça ficavam regurgitadas de sangue, causando uma dor de cabeça alucinante, e finalmente a febre traumática e o tétano manifestavam-se.

1.6  Na maior parte do tempo o indivíduo permanecia consciente, sentia minuto a minuto toda intensidade

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Os Escravos do Amor

Pode alguém fazer caber numa xícara de café toda a água do mar? Como pode então a pequena mente humana Ter a capacidade de compreender a imensidade do amor divino?
O texto para a mensagem de hoje está no livro de Oseias, capítulo 11, versos 1 a 4: "Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho. Quanto mais eu os chamava, tanto mais se iam da minha presença; sacrificavam a Baalins e queimavam incenso às imagens de escultura. Todavia, eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os nos meus braços, mas não atinaram que eu os curava. Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor; e fui para eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas, e me inclinei para dar-lhes de comer."(Oseias 11:1-4). Este é o clamor desesperado de um pai que fez tudo para ajudar seu filho. Mas, evidentemente, o filho não tem muito interesse em ser ajudado. Este é o grito desesperado de um pai que se sente impotente diante da inércia do filho. "Quanto mais eu os chamava - Ele diz - tanto mais se iam da minha presença..."
Oseias, em hebraico, quer dizer salvação e em grego tem a mesma raiz da palavra Jesus. Assim, quando o profeta diz: "Eu sou Oseias", está dizendo: "Eu sou a salvação, eu sou Jesus." O livro de Oseias na realidade contém um compêndio do amor maravilhoso do Senhor Jesus pela raça humana. A mensagem que destaca é que Jesus acredita no ser humano. A história que o profeta apresenta é misteriosa e incompreensível. Alguns estudiosos da Bíblia acham que a história que se narra no livro não é literal e se trata de uma alegoria, um simbolismo, porque pensam que Deus nunca poderia pedir a um profeta que tomasse semelhante atitude.
O que foi que Deus pediu a Oseias? Revisemos a história.
O profeta tinha aproximadamente 30 anos de idade quando Deus lhe ordena casar-se com uma prostituta. Veja o que está escrito em Oseias, capítulo 1, verso 2: "... Vai, toma uma mulher de prostituições..." (Oseias 1:2)
Por outras palavras, traze-a para a igreja, faze-a desfilar vestida de branco, dá-lhe teu nome e declara publicamente que amas essa mulher com uma história negra e um passado vergonhoso.
O que Jesus está querendo dizer aqui é que Ele não teve vergonha de deixar Seu Reino celeste, descer a este mundo prostituído, colocar-nos o vestido branco da Sua justiça, levar-nos à Sua igreja e declarar diante do Universo que nos ama. Ele não tem vergonha de dar-nos Seu nome apesar de, talvez, um dia descermos às profundezas da miséria e do pecado.
Quero que você imagine comigo quando Oseias chegou em casa para anunciar a seus pais que ia se casar. Que pai não fica feliz quando um filho de 30 anos anuncia seu casamento! Se meu filho de 15 anos me dissesse que quer se casar, essa seria uma notícia preocupante, mas se meu filho de 30 anos diz que está pensando em se casar, essa é uma grande notícia.
Então imagine o profeta dando a notícia para os pais. Imagino que eles ficaram felizes. Seguramente que perguntaram: E com quem vai se casar? Quem é a escolhida? É filha de outro profeta? Não, não é. "Então, deve ser a filha do irmão fulano; porque aquela menina nasceu na igreja; cresceu na igreja, toca piano, cozinha bem, está se formando em Enfermagem... É uma grande garota." E Oseias, envergonhado, dizia: Não, não é essa não. Mas então quem, filho, fala? E Oseias levanta os olhos e diz: Pai, a minha noiva é uma garota que trabalha no prostíbulo, que vende seu corpo lá. Imaginem a surpresa familiar! Os pais olhando para Oseias: Filho, você ficou louco? Como pode?
Vocês sabiam que quando Jesus anunciou aos anjos e ao Universo que viria a este mundo para se fazer homem e alcançar o ser humano, os anjos também pensaram que Jesus estava louco? Os anjos se ofereceram para vir a este mundo no lugar de Jesus. Disseram: Não, tu não podes! Se alguém tem que se sacrificar, a gente se sacrifica, mas Tu não. E Jesus disse para os anjos: "Vocês são criaturas. Não podem salvar outra criatura. A única pessoa que pode salvar o ser humano é aquele que os criou. É por isso que eu preciso ir." E Jesus não teve vergonha de entrar no prostíbulo desta terra para libertar-nos a dignidade, o respeito próprio, os valores; para devolver-nos o futuro, para que ninguém mais vivesse angustiado, desesperado; para que as famílias não vivessem mais se mordendo umas às outras; para que pais e filhos vivessem em paz; para que maridos e mulheres vivessem em paz; para que chegasse à noite e pudéssemos dormir sem complexo de culpa; para que pudéssemos olhar o futuro sem medo. Jesus deixou tudo e veio a esta terra por isso.
A história bíblica continua e relata que Oseias casou-se com a prostituta. O primeiro ano de casamento foi

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O QUE FAZES TU AQUI?

PRECE: Bom Sábado! Senhor Deus nós nos achegamos a Ti, nosso compassivo Redentor; e rogamos-Te, por amor de Cristo, por amor do Teu próprio Filho, nosso Pai, que manifestes o Teu poder entre os que se achegam a Ti. Precisamos de sabedoria; precisamos da verdade; precisamos que o Espírito Santo esteja connosco. Em nome de Jesus. Amém.

História para crianças: Esta é a minha história preferida. Era uma vez na Tailândia, a Tailândia fica situada mesmo no sul da China, por isso já estão a ver que é muito longe. Esta história passou-se numa aldeia, as casas eram feitas de bambu. Numa das casas vivia o pai, que trabalhava no campo a cultivar arroz, a mãe que cozinhava e a filha. A menina tinha um nome Tailandês, mas podemos traduzi-lo para o nome da menina que tenha 6 anos. Quem é que tem 6 anos?
A coisa que esta menina mais gostava de fazer era olhar pela janela, olhava um largo que havia diante da janela da cozinha. Ela gostava de olhar os meninos a brincar no largo enquanto a mãe fazia o almoço. Naquele dia brincavam os seus melhores amigos e ela estava com vontade de pedir à mãe para a deixar ir brincar com eles. De repente viu lá ao fundo uma coluna de fumo, olhou durante uns instantes e o fumo continuava a subir para o céu. Então disse à sua mãe:
– Mãe, estou a ver fumo!
A mãe atarefada com o almoço respondeu:
– Muito bem, minha filha, continua a olhar!
Passou-se algum tempo e a Susana, começou a ver labaredas de fogo. Mas ela nem queria acreditar, por isso olhou mais algum tempo e finalmente ficou convencida que era mesmo fogo. Então disse:
– Agora, estou a ver fogo, fogo muito grande!
A mãe que continuava muito atarefada, pensou que os meninos que brincavam no lago tinham acendido uma fogueira e não deu muita importância. Por fim disse:
– Está bem, continua a olhar.
E a Susana continuou a olhar, mas o que viu foi que o fogo avançava rapidamente e queimava as casas todas, eram casas de bambu, e os vizinhos fugiam para a montanha. Então disse:
– Mãe, agora olho as pessoas todas a fugirem para a montanha e as casas estão quase todas queimadas!
Nesta altura, a mãe começou a compreender que o que a menina estava a dizer era uma coisa muito séria e aproximou-se da janela. Ao ver o que se estava a passar, esqueceu-se do almoço, pegou na mão da Susana para fugir. Mas a Susana não estava de acordo e disse:
– Mamã, tu ensinaste que devemos confiar em Jesus e que quando há perigo, nunca devemos fugir sem contar-Lhe os nossos problemas.

A mãe ajoelhou-se e fez uma oração muito rápida e já estava a levantar-se quando a Susana começou a orar:
“Senhor Jesus, Tu és tão forte e tão grande que podes apagar o fogo. Tu podes fazer qualquer coisa, soprar e apagar o fogo. Ou podes mandar chuva do céu e apagar o fogo…”

Entretanto a mãe começou a ficar impaciente porque a Susana nunca mais terminava a oração e tentou levantar-se e arrastar a Susana, mas ela continuava: “eu tenho muita fé, e confio em Ti meu Jesus… Não deixes que a nossa casinha se queime… Foi o meu pai que a fez e teve tanto trabalho… Olha, Jesus, eu sei que me estás a ouvir. Amém.”

Quando ela disse “Amém”. A mãe levantou-se rapidamente e já ia a sair de casa, quando olha para trás e vê que a Susana está à janela:

– Susana, minha filha, anda depressa, o fogo é muito grande e já está muito perto.
A Susana, com muita calma, olhava pela janela e ria-se, sentia uma grande felicidade, olhou para a mãe e disse:
– Eu sabia que podia confiar em Jesus. Ele ouve sempre as minhas orações. Vê? O fogo está apagar-se.

A mãe aproximou-se da janela e confirmou o que dizia a sua filha. De facto o vento tinha mudado de direcção e agora empurrava as chamas na direcção das casas que já tinham sido queimadas.

Sabem, meus queridos meninos, muitas pessoas pensam que foi o vento que mudou de direcção de forma natural. Mas, para a menina que eu chamo Susana e para mim, foi Jesus que respondeu à sua oração.
Quantos acreditam que foi Jesus que apagou o fogo, levantem as mãos!
A Susana ensinou uma grande lição à sua mãe. A lição que nas horas de perigo só Jesus pode ajudar!
Ela foi uma menina de fé, confiou em Jesus na hora difícil e não fugiu, orou e depois foi ver o que Jesus tinha feito. Jesus quer adultos, jovens e muitas crianças como esta menina. É isso que diz Jesus nesta passagem:

 “Vós sois o sal da terra. Mas se o sal se tornar insípido, com que se há-de salgar? Para nada mais serve senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte. Nem se acende uma lâmpada e se coloca debaixo de um vasilha, mas no candelabro, e ilumina a todos os que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” Mateus 5:13-16

Há uma passagem correspondente no Antigo Testamento que encontramos em Isaías:

 “Levanta-te, resplandece, pois já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti. As trevas cobrem a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor vem surgindo, e a Sua glória se vê sobre ti. As nações caminharão  à tua luz, e os reis ao resplendor que te nasceu.” Isaías 60:1-3

Deus depositou toda a Sua luz, a luz que o mundo em trevas necessita, em pessoas como vós e como eu, gente simples e com defeitos! O sal moral e espiritual que um mundo moralmente doente necessita, Deus colocou-o em pessoas como vocês, como eu! Pessoas limitadas nos recursos económicos, recursos da sabedoria, gente que se engana e gagueja!

Além disso, estamos matematicamente derrotados. Parece que o fogo avança mais depressa que a nossa acção de evitar que pessoas sejam destruídas, perdidas, não recebam o aviso que o fogo se aproxima. A população mundial cresce mais rapidamente que prega-mos o evangelho. Até em Portugal, onde a população cresce lentamente, não conseguimos acompanhar o ritmo do crescimento espiritual.

Fazemos planos, como a Missão Global, ou seja estabelecer uma presença adventista, isto é ter uma igreja organizada, em todos os países, tribos, línguas e povos da Terra.

Todos desejamos que cada ser humano ouça falar da volta de Jesus! Todos queremos que ouçam a mensagem dos três anjos! Todos queremos ver o Céu rasgar-se e Jesus voltar em glória e majestade, como Rei dos reis e Senhor dos senhores! Queremos ir para o Lar! Eu quero ir! Pensei dar este título a esta mensagem: “Eu quero ir!” Mas depois pensei: como posso apresentar este título se há tanto para fazer e estamos tão bem aqui? Como podem este punhado de 8.000 Adventistas pregar a 10 milhões de portugueses?

No livro Serviço Cristão p. 7 diz assim:
“Deus poderia ter proclamado a Sua verdade por meio de anjos sem pecado…” E eu pergunto: Porque o não fez?

Deus poderia enviar uma companhia de anjos para anunciar a Sua mensagem numa noite escura, os anjos poderiam brilhar no céu, colocados em pontos estratégicos e, em menos de meia hora, anunciar o Evangelho a todo o Portugal, todas as aldeias, vilas e cidades deste país onde não há presença Adventista, poderiam saber que estamos a viver o Dia Final! Angola, Moçambique até chegar a S. Tomé e Príncipe, quem sabe às Ilhas de Cabo Verde, ao Brasil, fazer isto falando numa só língua, o português.

Poderia enviar uma Companhia de anjos, numa noite escura e escrever no céu de Portugal em letras de fogo. E num instante todos saberiam a verdade! Deus poderia ter feito isto porque Ele tem todo o poder!

E poderia fazê-lo em todos os países, tribos, línguas e povos da Terra. Então terminaria a obra num instante. Ninguém ignoraria o anúncio. Mas o texto inspirado do Serviço Cristão acrescenta: “…mas não era este o Seu plano.” Porquê?

Por que razão não é o plano de Deus? Porque Satanás poderia imitar os planos de Deus, se o Senhor enviasse Companhias de anjos para anunciar de viva voz ou com letras de fogo a mensagem, Satanás enviaria ele também Companhias de anjos maus para anunciar uma mensagem contrária. Então o mundo ficaria ainda mais confuso. Reconheçamos, com tantas religiões muitas pessoas vivem já confundidas!

Satanás pode falar a língua dos homens e a língua dos anjos. O jornalista Mexicano, José Pagés Llergo, foi jornalista em Berlim antes da II Guerra Mundial, ouviu Hitler falar no Palácio dos Congressos.

Diz que ele falava com poder e arrebatamento. Impressionava as multidões. Um dia enquanto discursava, de repente parou e começou a olhar para o alto, com as mãos estendidas para o céu. Permaneceu nesta posição muito tempo. A multidão estava no mais profundo silêncio. Muitas pessoas choravam.

O jornalista, não compreendia muito bem a língua alemã e não percebeu por que razão Hitler estava naquela posição e menos ainda o silêncio do povo e as lágrimas. Então perguntou a uma senhora que estava ao seu lado:
– O que está a fazer o Furher?
Ela respondeu de forma ríspida:
 – Cale-se, o Furher está a falar com Deus!

terça-feira, 12 de agosto de 2014

A Alegria a Mãe da Felicidade e da Paz

1.      Os Ladrões da Alegria
Mark Twain era um humorista profissional, cujas palestras e escritos faziam rir as pessoas de qualquer parte do mundo, que esqueciam assim, por algum tempo, os seus problemas. Todavia, ele próprio se sentia destroçado na sua vida privada. Quando a sua querida filha, Jean, morreu de repente dum ataque epiléptico, Twain, que se encontrava muito doente e por isso impossibilitado de ir ao funeral, disse a um amigo: “Nunca tive realmente inveja de ninguém, a não ser dos mortos. Sempre invejo os mortos.”

Jesus Cristo foi um “homem de dores e experimentado nos trabalhos”. Contudo, possuía uma alegria profunda que ultrapassava tudo o que o mundo pudesse oferecer. Ao enfrentar a morte cruel no Calvário, Jesus disse aos Seus discípulos: “Tenho-vos dito isto, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo.” (João 15:11).

Aqueles que confiam em Cristo têm o privilégio de experimentar “abundância de alegria” (Sal. 16:11). No entanto, poucos cristãos se aproveitam desse privilégio. Passam a vida sob uma nuvem de decepções, quando, afinal, podiam andar sob o resplendor da alegria. O que é que os terá privado da sua alegria?

A resposta a esta importante questão encontra-se numa carta escrito há séculos. Foi redigida pelo Apóstolo Paulo quando ele se encontrava prisioneiro em Roma, cerca do ano 62 A.D; foi enviada aos seus companheiros cristãos da igreja de Filipos, uma igreja que Paulo havia fundado na sua segunda viagem missionária (Atos 16). Um dos seus membros, Epafrodito, fora enviado a Roma como portador duma oferta especial para o apóstolo e também para o ajudar naquele período difícil (Fil. 2:25-30); 4:10-20). A epístola de Paulo à igreja de Filipos é, até certo ponto, uma carta de agradecimento dum missionário. Mas de facto é muito mais do que isso. É um meio de Paulo partilhar o seu segredo a respeito da alegria cristã! O apóstolo menciona pelo menos dezanove vezes nestes quatro capítulos as palavra gozo, regozijo ou alegria!

O que há de invulgar quanto a esta carta é o seguinte: a situação de Paulo era de tal ordem que não parecia haver razão para se regozijar. Ele era prisioneiro romano e os seu caso iria ser julgado dentro em pouco. Poderia ser absolvido ou decapitado! Em actos 28:30,31 vemos que Paulo estava sob prisão na própria casa que alugara, mas achava-se ligado por algemas a um soldado romano e não tinha permissão de pregar em público. Paulo desejara ir a Roma como pregador (Rom. 1:13-16). Em vez disso, chegou lá como prisioneiro. E, infelizmente, os crentes de Roma encontravam-se divididos. Alguns era a favor de Paulo, outros contra (Fil. 1:15-17). De facto, alguns dos cristãos ainda pretendiam agravar a situação do Apóstolo!

No entanto, apesar do perigo e desconforto em que se encontrava, Paulo transbordava de alegria. Qual era o segredo dessa alegria? O segredo encontrava-se numa outra palavra que aparece repetidas vezes na Epístola aos Filipenses: é a palavra mente.
Paulo usa esse termo dez vezes, e emprega também a palavra pensar cinco vezes. Juntando a estas palavras o número de vezes em que emprega lembrar, teremos um total de dezasseis referências à mente. Por outras palavras, o segredo da alegria cristã encontra-se no modo de pensar do crente – nas suas atitudes. Afinal de contas, a perspectiva determina o resultado. Como pensamos, assim somos (Prov. 23:7). A Epístola aos Filipenses é pois um livro de psicologia cristã, com bases sólidas na doutrina bíblica. Não se trata dum livro superficial de “auto-ajuda” que diz ao leitor como se deve convencer de que “tudo vai correr bem”. É um livro que mostra o tipo de mente que o crente deve ter para poder experimentar a alegria cristã num mundo cheio de problemas.

A melhor maneira de se conseguir um quadro exacto desta carta é descobrir primeiro os “ladrões” que nos roubam a alegria, e depois determinar os tipos de atitudes que devemos ter a fim de capturar e vencer esses “ladrões”.

Os Ladrões que nos Roubam a Alegria
1.      As circunstâncias.
Muitos de nós teremos de confessar que quando as coisas nos correm “a jeito” sentimo-nos muito mais felizes e somos mais tratáveis. “O meu pai deve ter tido hoje um dia bom no emprego.” – disse a pequenita Peggy à amiga que a viera visitar – “Ele não fez barulho com os pneus ao entrar aqui no parque”, não bateu a porta ao entrar em casa e deu mesmo um beijo à minha mãe!”

Já alguma vez nos detivemos a considerar quão pouco são as circunstâncias que estão realmente sob o nosso controlo? Não temos qualquer poder sobre as condições atmosféricas ou sobre o trânsito numa estrada, ou mesmo sobre o que outras pessoas dizem e fazem. A pessoa que faz depender a sua felicidade de circunstâncias ideais acaba por passar a maior parte do tempo num estado miserável! O poeta Byron escreveu: “Os homens são o passatempo das circunstâncias”. No entanto, aqui vemos o apóstolo Paulo na pior das circunstâncias a escrever uma carta repleta de alegria!

2.      As pessoas.
Um colega meu contou-me uma história. A filha (menina) sai do autocarro da Escola. Entra em casa com um ar desafiador e sobe as escadas que conduziam ao quarto e bateu com a porta. Estava constantemente a resmungar em voz baixa: “Pessoas – pessoas – pessoas – PESSOAS!” o pai foi à porta do quarto e bateu mansinho.
“Posso entrar?”
Ele respondeu: “Não!”
Tentou de novo, mas ela repetiu num tom ainda mais aborrecido: “NÃO!”
Perguntou-lhe: “Por que não posso entrar?”
A sua resposta foi: “Porque és uma pessoa!”
Todos nós temos perdido a nossa alegria por causa de pessoas: pelo que são, pelo que dizem e pelo que fazem. (Sem dúvida que também nós próprios temos contribuído para tornar qualquer outra pessoa infeliz. A coisa funciona nos dois sentidos).
A verdade é que nós temos de viver e trabalhar com pessoas; mas não nos podemos isolar e continuar a viver para glorificar a Cristo. Somos a luz do mundo e o sal da terra. Contudo, há ocasiões em que a luz se ofusca e o sal se torna menos ativo por causa de outras pessoas. Haverá alguma maneira de ter alegria apesar das pessoas?

3.      Coisas.
Um homem rico estava a fazer a mudança para a sua mansão, enquanto um seu vizinho quáquero, que acreditava na simplicidade da vida, observava atentamente os seus movimentos. Contou o número de cadeiras e de mesas e a grande quantidade de bric-à-brac que era transportada para dentro da cas. Por fim, disse para o dono da casa: “Vizinho, se precisar de alguma coisa, venha ter comigo e eu lhe mostrarei como pode passar sem ela!”
Abraão Lincoln seguia por uma rua abaixo com os dois filhos que choravam e brigavam.
“Que se passa com os rapazes?” – perguntou-lhe um amigo.
“A mesma coisa que acontece com toda a gente” – respondeu Lincoln. “Eu tenho três nozes e cada um deles quer duas!”

domingo, 10 de agosto de 2014

PARA TAL TEMPO COMO ESTE

 “…para tal tempo como este…” (Ester 4:14)
A história de Ester é mais frequentemente contada na escola sabatina das crianças do que apresentada como o centro de um Sermão para Adultos. No entanto esta parece ser uma história particularmente importante para a reflexão num sábado que calha exactamente no Dia Mundial da Luta Contra a SIDA, e em que a ADRA em todo o Mundo pediu às igrejas Adventistas que falassem sobre este tema.
Esta história é importante para nós como adultos seguidores de Jesus Cristo na primeira década do Século XXI, e em especial para os Jovens Adultos e Adolescentes. Ester é a história de uma jovem crente num ambiente muito mundano e que é apanhada no meio de uma luta de vida-ou-morte, e porque ela se envolveu como líder, salvou as vidas de um largo número de pessoas. Estaremos nós, como igreja, produzindo homens e mulheres capazes de fazer o mesmo hoje?
A história de Ester contém muitos aspectos contemporâneos. Por exemplo, descreve um dos primeiros programas governamentais contra os Judeus. Mas no entanto eu gostaria que nos focássemos na escolha moral que Ester teve que fazer porque esta tem um enorme paralelismo com a escolha moral que cada um de nós tem que fazer sobre uma ameaça mortal que diz respeito a todos neste mundo – pessoas de todos os grupos etnicos, e religiões, e classes sociais – a pandemia da SIDA.
Alguns de vós podem estar a pensar neste momento: Eu não vim há igreja para ouvir falar sobre isto. Isso está na notícia, TV, Radio o tempo inteiro. Já estou a ficar farto de ouvir falar sobre este assunto.
Eu estou também farto deste assunto. Mas o que me faz ficar farto, é o facto de muito provavélmente entre nós estarem sentadas pessoas que estão a viver este drama nas suas vidas pessoais, familiares ou de relacionamento. Posso também ficar farto de como muitas vezes podemos focar a nossa vida Cristã em certas coisas mas ignorar a miséria de millhões de pessoas que estão a passar pelo drama da SIDA, pessoas pelas quais Jesus também morreu. Olhemos para o exemplo de Jesus, Ele passou uma grande parte do seu tempo cuidando e mudando os preconceitos existentes sobre os leprosos no seu tempo, apesar de eles também serem uma minoria desprezada, posta de lado.
Se não falarmos sobre HIV-SIDA, estaremos contribuido para o problema. Temos que falar sobre isso na igreja para sermos verdadeiros seguidores do exemplo de Cristo.
A História
Ester tornou-se a rainha do mais poderoso império do mundo daquele tempo – o Império Medo-Persa. A sua ideade não está na Bíblia, mas a história e a arqueologia indicam que ela era provávelmente uma adolescente quando se encontrou no meio de importantes eventos públicos. Tanto ela como o seu tio deveriam ter uma forte confiança em Deus para a deixar participar, pois esses eventos deveriam ter muito pouco a ver com o ambiente religioso a que ela estava habituada ou que eles gostariam que ela participasse.
A rainha anterior, Vasti, foi deposta porque tomou uma decisão moral. O imperador tinha ordenado que ela, Vasti, aparecesse em frente de um grupo de politicos corruptos e bebados, para que eles pudessem apreciar a beleza legendária da Rainha. Ela recusou. Os líderes do império pensaram que esta desobediência da Rainha poria a ordem social em perigo, pois naquele tempo os homens mandavam na vida das suas mulheres e filhas com autoridade total. Eles aconselharam o imperador para que ele a banisse, e ele assim fez. (Ester 1)
Para encontrar uma nova rainha, os conselheiros do imperador organizaram um grande concurso de beleza. Um grande número de jovens mulheres solteiras foram trazidas para o harém do imperador, e ele tomou o tempo de examinar cada uma das mulheres e de escolher a que mais lhe agradava. O processo inteiro durou mais do que um ano. Agora deixem-me parar um pouco e perguntar aos pais de meninas de 16 anos na congegação, se eles autorizariam as suas filhas a participar nisto? Nós não temos nenhuma indicação na história que Ester ou o seu tio tenham resistido. (Ester 2:1-18)
Então tudo isto levou Ester a tornar-se a mulher mais famosa do mundo daquele tempo, o centro da sociedade, a rainha do mais poderoso império do mundo. Isto teria sido uma história de conto de fadas se terminasse já aqui, mas nós estamos ainda apenas no inicio da história. Ainda temos que ir para a parte mais importante.
Ester não vinha de uma das classes mais baixas da sociedade. O seu tio era um oficial do governo e um membro do pessoal do imperador. Os arqueólogos encontraram o seu nome listado num documento – essencialmente era uma lista dos assalariados da casa do imperador. Na realidade, existem todas as indicações que nos permitem assegurar que Ester era uma jovem mulher, inteligente, educada, e com sabedoria.
Não sabemos exactamente quanto tempo ela pôde desfrutar do seu novo poder e fama, mas logo os problemas chegaram. O seu tio Mordoqueu veio dizer a Ester que o imperador fora levado a assinar um decreto autorizando a chacina de toda a sua raça. Todo homem, mulher, e criança Judeia deveria ser morto num determinado dia. A propria Rainha corria o risco de ser executada (Ester 3 e 4).
Escolhas Morais
O decreto de morte forçou Ester a fazer algumas escolhas morais
A primeira escolha que ela teve que fazer foi a de saber se ela se ia ou não identificar com o povo que estava marcado para morrer. Ela poderia ter tomado a posição de dizer que ela era agora a Rainha dos Medo-persos e que por isso tinha perdido a identidade de judia e tomado uma nova. Ela estaria a salvo enquanto continuasse a agradar o imperador e permanecesse no harém. Parece mesmo que o imperador não pensava nela como uma judia e não a tinha relacionado com Mordoqueu. Ela poderia ter facilmente passado por uma “gentia” e ter virado as suas costas ao seu povo.
A segunda escolha era a de se sim ou não ela se deveria por em risco por agir em favor dos que estavam marcados para morrer. Ela era uma esposa leal ao seu marido. Ele tinha assinado uma lei. Se ela se opusesse a esta lei ela tornar-se-ia traidora da pátria, desleal ao seu marido, e em rebelião com a autoridade legal. Lembrem-se que ela estava a lidar com um imperador que tinha deposto a anterior rainha unicamente porque ela não tinha querido entrar dentro de uma sala cheia de políticos bêbados e soldados, certamente o acto de Ester seria visto como muito mais sério. Isto levaria provavelmente a fortalecer o caso do político que queria a exterminação dos judeus. Ele poderia dizer que a própria rainha estava em rebelião.
Ester era humana. Ela hesitou. Sem dúvida, ela sentiu que era demasiado nova, não estando preparada para lidar com uma tão complicada e perigosa situação política. Ela voltou-se para Deus em jejum e oração. (Ester 4:16).
Vamos ler estes versos da Bíblia – Ester 4:14-16
Esta jovem mulher não só era muito bonita, mas também era muito corajosa. Ela tinha também um instinto político apurado e um conhecimento exaustivo dos procedimentos do palácio. Ela conseguiu mudar a direcção da história, salvando as vidas de milhares de pessoas.
Estaremos nós como igreja produzindo jovens hoje com o mesmo tipo de coragem moral e capacidade de liderança?
Milhões de pessoas no mundo de hoje estão afectadas ou morrendo de HIV e SIDA. Alguns grupos de pessoas são mais vulneráveis de morrer em largos números. Será que existem adventistas prontos a liderar “num tempo como este” tomando passos para fazerem as coisas mudarem de direcção?
Temos Escolhas Morais para fazer:
  1. Será que nos vamos identificar com os que estão doentes e a morrer ou será que vamos decidir que eles não são o nosso tipo de pessoa?
  2. Será que tomaremos o risco de fazer algo, ou será que vamos decidir que esta não é a nossa missão?
Os líderes da Igreja Adventista mundial lançaram um chamado à compaixão e pediram a Adventista-do-sétimo-dia de todo o mundo para que se envolvessem. A ADRA tem projectos em muitos países trabalhando para prevenir as infecções pelo HIV e tratar os que já estão a viver com SIDA. Muitos adventistas já tomaram um papel de liderança nesta luta (ver o What your Church can do e o What you can do).
A Igreja Adventista chega a este momento da história com uma oportunidade especial. Nós somos um povo com uma mensagem única sobre saúde. Nós somos um povo com uma presença internacional muito importante e com um grande número de membros em Países em que o HIV-SIDA é muito prevalente. Nós como Igreja mundial temos hospitais, clínicas, e programas de saúde em todo o globo.
Apelo Final
Que escolha morais vamos nós fazer? Que escolhas morais faremos como congregação? O que concluirá a nossa juventude olhando para os líderes desta igreja  “para tal tempo como este” – o tempo da pandemia do HIV e SIDA? Será que as nossas acções estão a mostrar um retrato fiel da SUA compaixão, o SEU perdão e misericórdia? Ou estaram as nossas vidas contando histórias sobre negligencia e medo, histórias de olhar para o lado e falhar em agir?
(Voltar a mencionar ideias de como podem intervir como Igreja)

Nós contamos a história da rainha Ester aos nossos filhos. Antes de eles serem capazes de ler, muitos deles até já memorizaram a frase “para tal tempo como este”. Num momento em que eles crescem e se tornam jovens adultos, o que será que eles vêm em nós? Que histórias lhes estamos a contar com o nosso dia-a-dia? Quero convidar esta manha esta Igreja a aceitar tornar-se uma força de liderança sobre este assunto sendo um exemplo na nossa sociedade.